O autista e sua assinatura é um livro paradigmático: faz a teoria da psicanálise avançar desde o trabalho clínico com crianças autistas. E isso diz muito: seu texto é construído a partir de casos clínicos.
Isabelle Orrado e Jean-Michel Vives são generosos em partilhar com o leitor suas observações clínicas, as hipóteses levantadas a partir delas e, principalmente, a escolha ética do analista a partir da posição de sujeito suposto saber. Saber entendido como saber que existe um sujeito.
Somente a partir dessa posição que é possível aos psicanalistas atentar-se para a bizarrice do autista em atendimento e extrair do que era repetição sem lugar uma posição que o sujeito possa ocupar uma em suas relações.
Do traço já existente emerge então como estilo próprio e singular com o qual o sujeito passa a deixar sua assinatura no mundo.
